ENSAIOS DE CONE (CPT) E PIEZOCONE (CPTu)

Os ensaios de cone e piezocone, representados respectivamente pelas siglas CPT (cone penetration test) e CPTU (piezocone penetration test), são ferramentas internacionalmente reconhecidas para caracterização da estratigrafia e previsão das propriedades mecânicas do solo ao longo da profundidade.

O ensaio de penetração de cone é normalizado no Brasil pela Associação de Normas Técnicas ABNT MB-3406 (1991), a qual define diretrizes sobre a dimensão do equipamento, procedimento do ensaio e interpretação. Internacionalmente é normatizado pela ASTM (D3441-79 atualizada em 1986) e pela IRTP (1999).

O ensaio consiste basicamente em cravar uma ponteira cônica (60º de ápice) no terreno a uma velocidade constante de 20 mm/s, com variação de ± 5 mm/s. A seção transversal do cone geralmente é de 10 cm², podendo atingir 15 cm² para equipamentos mais robustos e 5 cm² para condições especiais (Schnaid e Odebrecht, 2012).

O equipamento utilizado para a cravação é normalmente constituído por um sistema mecânico hidráulico que pode ser alimentado por um motor à combustão ou elétrico. Um conjunto, para ensaios onshore, contempla um par de hastes helicoidais que são ancoradas no solo com o intuito de fornecer reação à cravação. A penetração é obtida por meio da cravação continua de hastes de comprimento de 1 m.

No processo de cravação, são registradas de maneira contínua as leituras da tensão de cravação da ponteira cônica (qc), do atrito lateral (fs) e, no caso do CPTU, da poropressão gerada (u), fornecendo uma descrição detalhada da estratigrafia do subsolo. A posição do elemento filtrante para as leituras de poropressão, é comumente medida na posição u2 (base do cone, entre a ponta e a luva). O ensaio de dissipação de poropressão, em que a cravação é interrompida em determinada profundidade e os dados de poropressão são monitorados em relação ao tempo, tem grande potencial na estimativa de consolidação de depósitos e na avaliação das condições de drenagem do ensaio.

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